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Folhetim A mãe e a casa – Capítulo 5

 

Você vai conhecer o russo que transformou a                                                                      vida do pai e a carolice extrema de uma tia

O pai chegou a tempo de ver nascer o segundo filho. No parto, ficou ao lado da mãe porque ela não queria outro encontro com a avó e seu véu negro. Enquanto tia Miloca esquentava água e tirava mais umas lenhas do fogo, ele ficou lhe contando sobre o incrível russo que fora seu companheiro de quarto no Sanatório Belém. Entre uma contração e outra, falou que agora, depois de aprender a jogar xadrez compreendia o mundo muito melhor. Que a leitura de Balzac lhe dera entendimento sobre as emoções e os tipos humanos e que o incrível russo, chamado Anton, lhe deixara também de herança um gosto musical diferente. Ele, que só ouvia Pedro Raimundo, queria escutar Tchaikovsky e Vivaldi, tal como escutara no hospital, nos intervalos das partidas. E sonhava em ter coisas nas quais nunca pensara antes: em ter uma eletrola, muitos discos, um jogo de pedras – com damas reis e peões – e seu tabuleiro e ainda sonhava com uma biblioteca – livros, muitos livros.

– E o cigarro?, perguntou a mãe.
– Nunca mais, lhe respondeu.

A mãe então, entre uma contração e outra, descobriu o quanto acertara em casar com esse homem. E que, certamente, com ele, conseguiria um dia, comprar a São José. Mas tia Miloca, a senhora da casa, tinha outros planos. Amiga do Monsenhor, que residia na Matriz de Cachoeira, estava negociando com ele uma doação substanciosa para a igreja, em troca de ser recebida pelo Papa Pio XII, o mesmo que aplicou, na prática, a tese da infalibilidade papal e que fazia negócios como vender indulgências plenárias, negócios esses, sempre muito corretos e bíblicos. Conforme a doação, a santa madre igreja definia o número de gerações que seriam beneficiárias. A mais legítima cadeira no céu, estava ao alcance de qualquer um, desde que viessem os presentes. E ela pensou sobre a São José: tinha 28 sobrinhos e 9 irmãos. Para quem daria aquela casa? Para não brigarem, melhor seria doar para Deus.

O Monsenhor esfregou as mãos e mandou uma missiva para o santo padre:
“Aqui, nesse fim de mundo, escreveu ele, quando termina o Brasil e começam as geleiras, tem uma senhora já em idade de 60 anos que gostaria muito de fazer-lhe uma visita, beijar-lhe o anel e receber uma indulgência plenária até a quinta geração. Em troca, lhe oferece deixar em testamento, a sede de uma antiga fazenda chamada São José e uma pequena fração de terra e de matos. Caso sua santidade aceite, será feito o documento, antes do embarque para Roma. A indulgência é em nome de Emília Vieira da Cunha e de todos os que vivos estão e para os que nascerem na família, até que seus ossos e os de seus irmãos tenham virado pó.”

O Papa gostou da ideia e sempre correto, infalível, irreformável e, por tudo e por todos, com o espírito santo a iluminar seus passos e seus pensamentos, marcou a audiência para um dia de junho do ano seguinte.Tinha que dar tempo para o preparo da viagem e também para que fosse feito o testamento.

E assim se organizou tia Miloca. Não só fez o documento prometendo a posse da terra depois de sua morte, como vendeu uma quadra de campo para comprar as passagens de navio, para ela e uma prima, e ainda pagar a estadia e as viagens para Fátima, Lourdes e Roma.

Foi uma travessia e tanto pelo Atlântico. Mas veja bem, mais do que a visita ao Papa, mais do que o certificado com o perdão dos pecados mortais e mais do que a peregrinação pelas cidades santas de Portugal e França, o que ficou da viagem, até o fim da sua vida, aos 96 anos, e o que ela contava sempre que podia e lembrava era a visão das baleias. Muitas, enormes, amigáveis, acompanhando em bando o navio, em um dia de sol.

Era como estar no paraíso, dizia

 

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Folhetim A mãe e a casa – Capítulo 4

VÓ

A avó. Ela apareceu para a mãe no parto do primeiro filho.

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Balzak, o escritor favorito do pai.

 

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Hospital Parque Belém, a “montanha mágica” onde o pai se transformou de um homem bronco em um homem culto.

 

A visita da avó já morta e incrível transformação do pai

Nove meses depois nascia o irmão mais velho. A tia Miloca acompanhou a afilhada na hora do parto. Tinha alguma experiência como parteira e arredou do quarto apenas para ir até a cozinha tirar uma lenha do fogo, a simpatia mais conhecida para que o bebê nascesse logo.

Foi sozinha que a mãe viu a avó sentar-se ao seu lado na cama. – Mas você já morreu, disse ela. A avó retrucou: – eu vim buscar a criança. A negativa da mãe foi tão veemente que ela saiu de fininho, passando transparentemente pela tia Miloca, que vinha voltando. A mãe não chorou. Ficou com aquela visão durante toda a vida: a avó com o mesmo véu lhe tapando o rosto com o qual havia sido velada. O mesmo véu que seu tio tinha visto, anos depois da avó enterrada, quando abriram seu caixão, para ensacar os ossos e dar espaço aos novos mortos. O tio lhe descrevera a cena em detalhes: – Estava linda, como sempre, mas foi apenas o tempo de olhar e ela já não estava lá. Nem ela, nem o véu, nem a roupa. Somente a ossada.

Grávida de dois meses do segundo filho, a mãe foi contratada como professora pelo governo do Estado com um porém. Tinha que ir para Santa Anna, mais conhecida como Santaninha. O pai aceitou ir, por conta de ter um irmão que morava lá e pediu demissão das Pernambucanas. E foram os quatro: o pai, a mãe, o irmão mais velho e mais o irmão número dois na barriga. O pai pegou uma representação e, a cavalo, trabalhava de caixeiro viajante vendendo entre cobertores e anáguas, manteiga Aviação. A mãe foi ser a única professora do povoado. Dava aula de tudo o que se possa imaginar. História, caligrafia, leitura e música: ninguém conhecia o Hino Nacional ou o Hino do Rio Grande, ela tocava violão e regia o coro. Plantou uma horta para si e para os alunos carentes e descobriu, tardiamente, que além de repolho passaria a odiar abóboras. Era abóbora todos os dias.

Em Santaninha, causou furor e espanto ao mandar construir uma casinha para que as crianças da escola pudessem mijar e cagar em paz e, mais espanto ainda, quando sentou os alunos, um a um, para tirar os piolhos que infestavam suas cabeças. Houve uma quase rebelião por ela estar tratando os ricos e os pobres com a mesma consideração mas, no fim, aceitaram a novidade que era ter uma professora que vinha por ordem no pardieiro.

O pai tinha uma tosse da braba, que lhe renderia a peste branca – o codinome da tuberculose. Na consulta, o médico chamou a doença de água na pleura e a mãe viu quando o doutor enfiou uma grande agulha nas costas do pai para aspirar o líquido. Mas isso só não bastava. O levaram para o Sanatório Belém, em Porto Alegre, para onde iam todos aqueles que tinham doenças contagiosas. A “montanha mágica” de Porto Alegre, foi pródiga e amigável com o doente. Nesse período de seis meses, ele aprendeu a jogar xadrez – até então só jogava pôquer, para fúria da mãe –, devorou toda a coleção de Balzac, disponível para os pacientes e tomou  mais de 100 injeções de ouro, a novíssima fórmula para tratar TB vinda da Europa. Quando soube que o próximo filho iria nascer fugiu do Hospital. Gostava de contar que ninguém lhe atacara ao sair pela porta da frente. Talvez por que aí já fosse um outro homem, quase irreconhecível. Havia entrado naquele lugar como um bronco, sem estudo e sem posse alguma e saia letrado, com a humanidade em suas mãos. Cedo ele chegaria, para ver o segundo filho nascer.

 

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8 de março de 2018

Uma homenagem às mulheres da Fazenda da Tafona.

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Indo para o açude – Fazenda da Tafona

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Folhetim A mãe e a casa – Capítulo 3

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Onde sabemos como a mãe tirou a serventia do quarto das virgens

A cerimônia foi o mais simples possível. A irmã, que emprestara o vestido e que depois a acusaria de ter tirado a sorte de seu destino, não compareceu. O marido rico a proibira e todos sabem que passou o dia chorando. A mãe estava emocionada e a madrinha Miloca pagou a foto tirada em frente ao retrato do avô, na casa da cidade, na qual serviram docinhos contados para os noivos e as testemunhas. Um carro da praça, alugado pela amiga Ivone, os levou até a São José. Sem dinheiro, a lua de mel seria na casa.

As tias arrumaram a cama para os recém casados, no quarto sem janelas, à esquerda de quem entra pela porta da frente. A mãe pensou que havia vivido até ali para tirar a serventia do quarto das virgens. Há mais de 130 anos, aquele local era a proteção das moças ou a proteção dos pais das moças contra filhos indesejados, contra encontros nas noites, mesmo naquelas geladas, embaixo da figueira ou no enconto do pilar do jardim. A mãe riu de si mesma e da grande ironia. Então era ali que passaria a primeira noite de casada. Até porque podia ser que fosse uma lua de mel sem lua, mas ambos tinham providenciado mel suficiente para não se importarem com o quarto disponível. Os outros cinco cômodos com janelas já estavam ocupados. E ela brincou: assim não conseguirás fugir. E ele apertou sua cintura. Códigos se alinhavando para uma união que duraria mais de 60 anos.

Deixaram o casal se encerrar e, pela primeira vez sozinhos, o pai e a mãe devem ter se fartado de amor. Pela manhã, tia Davina com um olhar malicioso e amável, levou uma bandeja com leite e pão de ló tostado, transformando aquilo em uma iguaria familiar que acompanha os descendentes. Para qualquer problema, prescreve-se sempre um pedacinho desse céu particular, cheio de beijos e de abraços.
Tenho comigo que ali, a mãe enlaçou o corpo do pai e disse baixinho: – Essa casa um dia vai ser minha! – O pai, pobríssimo, não teve dúvidas: Eu vou comprar para ti. Não sei bem quando, nem sei bem como. Mas prometo que vou comprar. O que nos dá certeza de que, depois de uma noite de paixão, se diz tudo o que a amada quer ouvir.

As botas dos tios a passear pela casa ou os sussurros das tias pelos corredores, nada importava agora. Estavam sozinhos, no quarto encravado. A vida começava novamente e não precisavam se apressar. Ainda.
O casamento, em abril, também se tornou uma referência na natureza. Até hoje, quando chega o primeiro mês do outono sabe-se que é preciso limpar na volta dos pinheiros. A história, sempre recontada, nos lembra que, no primeiro dia, o pai e a mãe se embrenharam no mato e de lá trouxeram uma lata com pinhões os quais foram cozinhados para depois da janta. Traziam também a gravidez do irmão mais velho.

(Neste post: foto chave do quarto das virgens – Lacyta Trizotto Maia.  Foto mãe no açude: José Vieira da Cunha)

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Folhetim A mãe e a casa – Capítulo 2

 

 Onde falo da mãe e do encontro que teve na procissão do Senhor Morto

A mãe tinha um amor urgente pela São José. Ela contava que, com a avó Irtilia ainda viva, passavam o verão na Fazenda e tinham que cozinhar na Tafona, pois eram muitas famílias e cada uma tinha o seu fogão e os seus mantimentos. A maioria dos 28 sobrinhos da Miloca iam nas férias para lá e estavam sempre prontos para uma boa festa. Dançavam a conga e faziam trenzinho indo da sala para a varanda e da varanda para a sala, passando pelos quartos das virgens. Os sobrinhos e quem mais chegasse, os Beskow, os Gomes, os Castagninos e todos os do fundo do campo da Porteira Sete, vinham em penca para bailar com as moças. À tarde, a mãe saia a cavalo pela vizinhança, pedindo galinhas as quais, no meio da festa, tia Miloca servia com arroz.

Quando a avó morreu, a mãe e as irmãs foram para o colégio interno, em São Leopoldo. Seria o estágio para a pobreza extrema. Pagavam aluguel até de agulha, para a aula de bordado. As três saíram de lá professoras. A mãe tinha de seu, uma máquina de costura, que havia ganhado da avó aos 15 anos e que não sucumbira aos credores do pai, jogador compulsivo e endividado. Tinha também enraizado o sonho de conseguir a casa da Tafona. Era 1935, mais ou menos, e ela já tinha mais de vinte anos. Getúlio Vargas recém saíra vitorioso no grande golpe eleitoral do país e a mãe só pensava que ia ficar solteira, tal como a madrinha Miloca.

Conseguiu um emprego de professora no município e ganhava exatamente o necessário para almoçar em uma pensão e depois comprar um pão, que levava para a casa Vieira, o lugar na cidade para onde ia toda a família. Esse pão era sua janta. Foi o tempo do repolho. Repolho nunca mais… Era chamada de Senhorita Costume. Para trabalhar, tinha somente duas mudas de roupa que usava alternadamente. Era assim. E então ela conheceu o pai. Foi em uma procissão do Senhor Morto. A amiga Ivone a cutucou bem forte: tinha um rapaz que a olhava muito. Lá estava ele: magro, rosto fino, uma surrada fatiota, um chapéu e um bigodinho safado. Olhou para trás só para confirmar. Vai que era para alguma outra tamanho interesse. Mesmo sem auto estima alguma, convenceu-se de que era com ela aquele bochincho.

Ele trabalhava nas casas Pernambucanas. Ela teve uma paixão sem trégua. Nessa época, já morava com a irmã e o marido rico da irmã. Mas não podia entrar com o namorado na casa. Ficava na porta, como ficavam as criadas. Até o dia em que o amado entrou no vestíbulo e atreveu-se a usar um pente que estava no cabide. O marido da irmã jogou o pente no lixo na frente dos dois. Foi assim que a mãe e o pai resolveram casar-se e ser pobres juntos.

 

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Folhetim A MÃE E A CASA – Capítulo 1

Onde falo sobre a tia Miloca e suas manias

Emilia Vieira da Cunha - Filha da tia Sinha menor

Tia Miloca, Emília Vieira da Cunha, na juventude.

Xandica Cardando lã

Xandica, ficou com Tia Miloca até falecer. Foto de Mario Franklin Gastal.

tia miloca menor

Tia Miloca, aos 50 anos.

A São José (hoje Tafona), em 1960, mais ou menos. Foto de Mario Franklin Gastal.

Casa em 1960, mais ou menos, foto tirada pelo Mario Franklin Gastal.

Da tia Miloca – Emília Vieira da Cunha – as histórias que me alcançam a qualquer hora do dia. Tinha 96 anos de lucidez quando faleceu, em 1966. Há seis anos, morava conosco na casa de Cachoeira e dormia em meu quarto. Na quarta vez que chamei a mãe porque ela estava novamente com a ronqueira no peito, foi para o hospital e voltou para ser velada na sala. Vieram os parentes todos e lembro de ter ficado no balanço da pracinha porque não queria mais entrar em casa. Até seus últimos dias, ela me acolhia em seu colo. Escutava as novelas e o noticiário na rádio Guaíba (AM), com o ouvido encostado no auto-falante. Era carola por demais. Quartas e domingos eu a levava às 7 da manhã para a missa. Tinha um banco individual, com o genuflexório estofado, bem em frente ao altar, para que ela pudesse se ajoelhar. Se alguém, por acaso, estivesse ali era expulso sumariamente. Ficara solteira por gosto.

A mãe costumava dizer que ela era do tamanho de uma porta de tão alta mas, quando ficou velhinha, era do meu tamanho – eu tinha 10 anos. Com ela, ficara a casa que hoje chamamos de Tafona. Também ficara uma pobreza que a fazia comer sopa de pão junto com a Xandica – uma criada indiática que a acompanhava desde pequena, dizem alguns que a Xandica fora um presente dado à tia Miloca ao nascer, pelo Dr. Goulart, seu padrinho.

Os sobrinhos levavam-lhe mantimentos – café, açúcar, farinha. Era um tempo de poucas comidas e muitos pensamentos. A casa com o telhado caindo, não tinha nenhuma manutenção e estava destinada à igreja Católica Apostólica Romana, conforme seu testamento.

 

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Onde falo sobre o incrível cheiro da tia Hermínia

 

Decididamente a tia Hermínia cheirava a queijo. Näo se sabe se era por uma permanente indisposição estomacal ou porque comia muito queijo mesmo e o cheiro entranhara na sua pele espalhando aquele odor de mofo por todo o ambiente onde ela estava. As pessoas, mesmos os parentes, ficavam meio coçando o nariz como que incomodados. Meio que mareados. Andando em barcos sem horizontes. O mundo cheirava a queijo? Não. Era tia Hermínia adentrando ao salão. Mas todos a perdoavam. Perdoavam seus arrotos, suas teimosias e birras. Ela sofrera muito quando o noivo a abandonara um dia antes do casamento, indo embora para Porto Alegre no El Diplomata, navio que fazia a rota a partir de Cachoeira. Por conta disso, seu enxoval – incluindo louças e talheres – foi distribuído pelas sobrinhas. Para mim, não sei bem como, veio um copo dessa divisão toda, que guardo como se fosse o Santo Graal…
A casa onde vivera quase toda a vida tinha uma formiga preta entranhada em suas estruturas – tanto que era chamada de Formiga Vieira. Elas andavam por tudo, pelas janelas, portas, pelo chão, pelo teto. Pois Tia Hermínia gostava de ver o carreiro andando pelo arame da cerca da frente. Já louca e velha dizia: – olha, olha os cachorrinhos se equilibrando!
Ainda hoje, quando ouço alguém arrotar eu penso: chegou a tia Hermínia, e quase sinto o cheiro de queijo no ar.

 

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A carta do filho Liberato a José Vieira Da Cunha

Ano: 1825 – Liberato manda farinha de mandioca da Fazenda da Tafona para o comércio do pai em Rio Pardo… José aproveita o papel e escreve ao cunhado sobre a morte de uma filha (até agora desconhecida de todos) a Jacinta. Vida louca nessa primeira metade do século XIX. A gente sabe o que vai acontecer… mas eles não têm a mínima ideia.

O link é do blog do Fabio Monteiro Selos do Brasil… É ótimo! Sigam-me:

http://selosdobrasil.forumeiros.com/t9327-de-liberato-a-jose-vieira-da-cunha-em-julho-de-1825

 

 

 

 

 

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